Monday 28 July 2014

“Não estou doente... a propoganda barata dos inimigos não é nova”

Dhlakama em entrevista ao “O País”

Doença: Estou saudável em Gorongosa e não internado num hospital na Beira ou na África do SulNão estou doente... a propoganda barata dos inimigos não é nova”

Diálogo: Acredito que esta semana tudo ficará ultrapassado e assinaremos um acordo politico

Registo criminal: Passei uma procuração a alguém para tratar a minha Certidão de Registo Criminal

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, desmente as informações segundo as quais está gravemente doente e diz que “a democracia não significa autorização formal para abusar do bem-estar dos outros”.
Numa entrevista telefónica à Stv e ao “O País”, Afonso Dhlakama explica como obteve a Certidão de Registo Criminal, fala do desejo de sair do esconderijo em Gorongosa e das saudades da família. “Estou aqui por uma causa maior, para construir um Moçambique melhor”, diz Dhlakama.
O diálogo político, o encontro com o presidente da República, Armando Guebuza, e a campanha da Renamo às eleições são temas que não ficaram para trás. Veja, a seguir, as partes mais importantes da entrevista:
 
Circulam, desde quarta-feira passada, informações segundo as quais o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, está gravemente doente...
Não estou doente. Estou saudável aqui em Gorongosa e não internado num hospital na Beira ou na África do Sul, como alguns jornalistas e jornais escreveram nos últimos dias. Agora, estou preocupado em saber o porquê desta invenção e quem é este que está interessado em propagar que estou à beira da morte. Democracia não significa autorização formal para abusar do bem-estar dos outros. Democracia não significa fazer uso indevido dos meios de comunicação públicos ou privados para atacar de forma indirecta o adversário político.
Em 2001, processei um jornalista na cidade de Nampula por ter escrito num jornal que eu tinha casado com a deputada Lúcia Fate. No tribunal, ele não conseguiu apresentar provas e lembro até que este jornalista acabou perdendo emprego. Então, esta propaganda barata que os meus inimigos usam para desmoralizar os meus simpatizantes assim como os simpatizantes da Renamo não é novidade. Estou habituado. Usam os órgãos públicos e até alguns privados para me atacarem. Os membros da Renamo defendem que todos os jornalistas que escreveram que eu estou gravemente doente devem ser processados. Eles acham que estamos a ser abusados demais.
 
O facto de se manter escondido nas matas dá azo a muito boatos. Com o período eleitoral à porta, vai manter-se no esconderijo?
Não. Estamos à espera que sejam alcançados acordos sérios no centro de conferência Joaquim Chissano para darmos outros passos em torno do processo eleitoral. Contudo, garanto que está tudo sob controlo. Acredito que, próxima semana (esta semana), tudo ficará ultrapassado entre as duas delegações e assinaremos um acordo. Aliás, eu até tinha esperança que tudo ficasse resolvido esta semana (semana passada), antes do sábado, mas, infelizmente, tal facto não aconteceu, talvez porque o presidente da República estava a participar na cimeira da CPLP, em Timor-Leste. Agora, só nos resta esperar  mais alguns dias. Pessoalmente, acredito que tudo ficará resolvido em menos de uma semana, e, então, começarei a contactar pessoalmente o eleitorado.



O País

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