Saturday 6 September 2014

Tolerância zero

 

Coisas da Campanha Eleitoral

Logo no primeiro dia da campanha eleitoral que teve início domin­go passado, começaram a “chover” relatos de irregularidades diver­sas, fundamentalmente protagonizadas pelos “autores de costume”, com as autoridades a pautarem pela dualidade de critérios.
Vimos políticos “ca­çando votos” em igre­jas, em salas de aula, afixando propaganda eleitoral em locais proi­bidos por lei, usando abusivamente bens e meios do Estado, sem que quem de direito mexa uma palha. Aliás, casos há em que os pró­prios agentes da Lei e Ordem, que era suposto impedirem tais práticas, aparecem envolvidos em ilicitudes.
Exemplo disso vem de Nacala-à-Velha, onde um membro da PRM fardado a rigor e em pleno exer­cício das suas funções foi flagrado conduzindo uma motorizada totalmente condecorada com pan­fletos do partido Frelimo e em frente da sede do partido no poder.
Mas ai de quem “mi­jar fora do penico” sem ser membro do partido no poder ou sem estar em caravanas a este envolvido. Leva, e pela medida grande.
Em Nampula, por exemplo, cinco membros da Renamo foram detidos no segundo dia de cam­panha eleitoral, indiciados de obstruírem material de propaganda da Frelimo e do seu candidato, Filipe Jacinto Nhusi.
Em Chimoio, dois jo­vens do MDM foram de­tidos, um por destruir material de propaganda da Frelimo e se ter envol­vido em violência durante o cruzamento de grupos adversários, e outro por condução ilegal, que pro­vocou a queda de um dos membros.
No distrito de Chibuto, um jovem de nome Zaba­deu Ofisso, membro da OJM e do partido Frelimo, foi flagrado no mercado central local a destruir material propagandístico do MDM. Trata-se de 20panfletos do candidato Daviz Simango e 10 do MDM. Consta que o MDM já apresentou formal­mente o caso aos órgãos eleitorais.
Em Inharrime, na pro­víncia de Inhambane, no segundo dia da campa­nha eleitoral, no povoado de Ngulela, a três quiló­metros da vila-sede, dois jovens simpatizantes da Frelimo foram encontra­dos pelos membros da Renamo a rasgar panfle­tos deste partido, tendo sido encaminhados para a esquadra da vila.
Mas quando a PRM foi alertada por membros da Renamo, em Mabote (Inhambane), de que cerca de 50 indivíduos presumivelmente mem­bros do partido Frelimo (trajavam indumentária e transportavam mate­rial de campanha desta organização) estavam a vandalizar propaganda eleitoral da “perdiz”e do respectivo líder, nada lhes aconteceu.
Este facto foi reco­nhecido pelo próprio Pe­dro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República. “Dispersá­mo-los apenas”, disse o oficial policial.
De resto a PRM sem­pre disse e repetiu que de­clarava “tolerância zero” para os prevaricadores durante este processo eleitoral.
Está a se ver para quem é destinada a dita tolerância zero...

CORREIO DA MANHÃ – 04.09.2014, citado no Moçambique para todos

1 comment:

Anonymous said...

Tudo o que a Frelimo está mostrando ao povo na tentativa de convencer o eleitorado é mais que uma prova de que rouba, mostra a diferença entre a pobreza e riqueza. Sim senhor, mas estão a roubar de verdade.