Tuesday 21 October 2014

Boletim sobre o processo político em Moçambique

 
Ainda sobre a recusa na disponibilização e afixação dos editais do apuramento distrital
 
 
Zambézia
No distrito de Ile, um oficial do STAE foi flagrado a introduzir dados incorrectos. A contagem foi interrompida e reiniciada no Domingo.
No distrito de Mopeia, apesar do apuramento distrital ter terminado no sábado (18), até esta segunda-feira (19), os editais ainda não tinham sido disponibilizados e nem afixados, apenas foram divulgados numa conferência. Contactado o presidente da CDE, Miguel Sandromo, pelos nossos correspondentes, disse que não podia fornecer os editais porque não tinha autorização dos seus superiores para tal.


Sofala
Em Caia, o apuramento distrital foi concluído no sábado (18), ma s até hoje o editais ainda não esta afixados e muito menos foram disponibilizados. Segundo os nossos correspondentes, o director Provincial do STAE em Sofala, terá ordenado ao presidente da CDE de Caia, para não disponibilizar os editais. Para ter acesso aos editais os nossos correspondentes tiveram que recorrer a um representante da Renamo.
O apuramento distrital em Buzi terminou no dia 17, mas os editais até hoje não estavam afixados e nem disponibilizados. Os nossos correspondentes só conseguiram ter acesso aos editais depois de longas conversações com o CDE.
Curiosamente estes actos tendem a destacar-se em distritos onde a Renamo e seu candidato venceram, como em Caia, Buzi e Mopeia.
Em Gorongosa, o apuramento distrital, também terminou no dia 17, mas até a manha de hoje (20), os editais continuavam a ser um mistério da CDE, não tendo sido afixados, e nem divulgados. Os nossos correspondentes, só tiveram acesso aos editais distritais depois do CIP ter efectuado uma chamada para o presidente do CDE, Zambo Alficha, advertindo-o sobre uma flagrante violação da Lei 12/2014 de 23 de Abril, tendo este de imediato disponibilizado o editais aos nossos correspondentes.



Em Dondo Partidos da oposição  unem-se e recusam assinar
 as actas do apuramento distrital
Em Dondo, representantes da Renamo e do MDM, uniram-se para não reconhecer os dados do apuramento distrital, divulgados, este sábado (18). Estes dois representantes, decidiram não aceitar os resultados de apuramento distrital que dão vitória a Frelimo e o seu candidato, alegadamente porque estes encontrava-se viciados, aliado a fraude eleitoral, que consistiu no enchimento das urnas por parte dos MMVs em conivência com s presidentes das mesas de voto.
Paulo Júnior Chipenembe, representante da Renamo ao nível do distrito do Dondo, disse aos nossos correspondentes que este partido e o seu líder não vão aceitar estes resultados, considerado que os resultados eram falsos e forjados pela Frelimo. Chipenembe, contou ainda, que no dia da votação, em Mafambisse, um professor e simpatizante da Renamo, foi baleado pela polícia, por ter descoberto mais uma acção de enchimento de urnas, perpetrada pelos MMVs . Chipenembe disse ao nosso correspondentes que o jovem baleado viria a encontrar a morte no Hospital central da Beira.
Chipenembe disse ainda que em Mutua, um MMV da Renamo e um presidente de mesa, agrediram-se, tendo o presidente mordido o MMV da Renamo.
Já o mandatário do MDM em Dondo, Carlos Francisco Balira Manuel, disse que os resultados que acabavam de ser publicados eram forjados, pelos órgãos eleitorais e o partido Frelimo. O MDM acusa o presidente duma das mesas de voto da assembleia número 07006003, de ter entregado a um MMV 8 boletins de voto a mais para introduzir na urna, reclamou ainda da falta de cadernos de reclamação nos postos de votação para os delegados conseguirem reclamar,

Contagem paralela  confirma vitória de Nyusi
A versão mais recente da contagem paralela (PVT, parallel vote tabulation em Inglês) do Observatório Eleitoral, prevê os seguintes resultados:
Presidente
 Nyusi 58%
 Dhlakama 35%
 Simango 8%
Assembleia da República
 Frelimo 57%
 Renamo 32%
 MDM 10%
 Outros 2%
Assentos na Assembleia da República
 Tomando em consideração que nenhum dos pequenos partidos vai ganhar assentos e que é provável que a Frelimo ganhe os dois assentos no exterior, temos à seguinte estimativa na distribuição dos assentos:
 Frelimo 143
 Renamo 82
 MDM 25
Essas projeções são baseadas em 84% das assembleias de voto que constam da amostra do PVT, o suficiente para dar uma projeção relativamente precisa. A margem de erro é de 2%.
Dhlakama com mais votos que a Renamo
Os candidatos presidenciais dos dois principais partidos tiveram melhores resultados do que os seus partidos nas legislativas, por seu turno, Daviz Simango teve menos votos do que o MDM. Os votos na Renamo registram uma queda de 3% e na Frelimo uma queda em 1%, e esses votos foram divididos entre o MDM e os pequenos partidos.
Este padrão está repercutido nas diferentes províncias, com duas excepções. Sofala é a única província onde Dhlakama obteve a maioria, mas um sétimo dos que votaram para Dhlakama parecem ter votado para o MDM no parlamento. Na cidade de Maputo, um sétimo dos que votaram em Nyusi mudaram os seus votos para a Renamo ou MDM nas legislativas.
A projeção avança que Dhlakama alcançou entre 40% e 50% em cinco províncias - Nampula e Zambézia, onde ficou em primeiro lugar, em Manica e Tete, onde ficou em segundo lugar, atrás de Nyusi, e na província de Niassa, onde a diferença entre Dhlakama e Nyusi será muito pequena

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