Tuesday 28 October 2014

Renamo exige aprovação urgente do modelo de integração e reinserção como condição

Antes de entregar a lista dos seus homens


Nas negociações com o Governo, na segunda-feira, a Renamo voltou a afirmar que só depois da aprovação, pelas partes, do modelo de integração e enquadramento poderá fornecer a lista dos seus homens, a sua localização e a quantidade de material  bélico em seu poder
“Para a Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) trabalhar à vontade, queremos o mais urgente possível a aprovação do modelo de integração e enquadramento para que cada um dos nossos homens, ao sair, saiba para onde vai e o que vai fazer”, disse, em conferência de imprensa o chefe da delegação da Renamo no diálogo político com o Governo, o deputado Saimone Macuiana.
A ronda analisou também o relatório dos peritos militares feito com os peritos da EMOCHM. A Renamo voltou a defender a partilha dos comandos e chefias a vários níveis nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e na Polícia da República de Moçambique como forma de garantir a confiança, coabitação e a boa convivência entre os homens provenientes das fileiras do Governo e os provenientes da Renamo.
O chefe da delegação da Renamo deu a conhecer que o seu partido retirou a exigência de partilha dos postos de comandante-geral e comandante-geral-adjunto da PRM, mantendo em relação a outros níveis, tal como sempre exigiu. “Entendemos que a partilha dos comandos e chefias nos diferentes ramos e níveis das Forças Armadas e da Polícia pode permitir maior coabitação”, explicou Macuiana.
Na ronda de segunda-feira, as partes decidiram constituir quatro delegações, que vão deslocar-se às províncias de Inhambane, Sofala, Tete e Nampula, onde, até ao próximo domingo, 2 de Novembro, deverão testemunhar a instalação dos subcomandos regionais da EMOCHM.


Governo pede lista da Renamo


Por sua vez, o chefe da delegação do Governo, o ministro da Agricultura, José Pacheco, disse que a ronda apreciou o registo de avanços para o início da actividade da EMOCHM.
Explicou que, para o subcomando de Sofala, há um atraso na chegada do coronel britânico que vai comandar a equipa. Disse que as autoridades britânicas garantiram que o oficial militar poderá chegar a qualquer momento. “Mas, de qualquer das formas, existe um plano ‘B’, no caso de este não chegar. Outra possibilidade seria a chegada de um oficial de patente inferior a coronel, a partir da África de Sul”, disse Pacheco. Também os Estados Unidos da América ainda não explicaram sobre o atraso na chegada dos seus oficiais para integrarem a EMOCHM.


A “grande benevolência” do Governo para com a Renamo


O ministro José Pacheco disse igualmente a jornalistas que, na 82.a ronda, o Governo apresentou uma proposta que consiste na criação da oportunidade de integração e reinserção de 300 homens da Renamo, sendo 100 nas FADM e 200 na PRM.
“Esperamos a lista dos homens e as suas patentes. Disponibilizámos espaço de integração para 300 homens, o que representa uma grande benevolência da nossa parte”, afirmou o negociador-chefe do Governo. Acrescentou que “pela paz”, o Governo vai aceitar a patente que qualquer dos homens trouxer. “Todos serão integrados de acordo com a patente que cada um vai trazer”, concluiu.


(Bernardo Álvaro, Canalmoz)

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