Monday 3 November 2014

INTEGRAÇÃO DAS FORÇAS RESIDUAIS DA RENAMO GERA MAIS UM IMPASSE

O diálogo político entre o governo e a Renamo, maior partido da oposição, registou hoje mais um impasse devido a divergências sobre a integração dos homens residuais daquele antigo movimento rebelde nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia (PRM).
A Renamo entende que antes deve-se aprovar, entre as partes, o modelo da integração dos seus homens. Aliás, para sustentar os seus argumentos, invoca a alínea “h” do Memorando de Entendimento assinado entre o presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
A alínea “h” refere que “Para efeitos de operacionalização de questões atinentes aos parágrafos anteriores, as equipas de peritos militares de ambas partes deverão apresentar um documento ao plenário que contenham também as questões relativas à integração das forças residuais da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e da Polícia da República de Moçambique e consequente enquadramento da segurança da Renamo.”
Falando em conferência de imprensa, minutos após o término da 83ª ronda do diálogo político, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, disse que na alínea “h” do memorando, ora transformado em lei, está claro que deve haver um quadro que permita a efectivação deste processo.
Significa que o que está a dizer o governo contraria o espírito que foi alcançado. Reitero que a alínea ‘h’ refere que as esquipas devem apresentar ao plenário, neste caso no diálogo, a proposta para podermos meter este modelo e permitir que o trabalho possa avançar”, vincou.
Refira-se que na ronda anterior, o governo manifestou a sua disponibilidade de integrar 300 homens da Renamo.
Sobre este assunto Macuiana diz que “uma coisa é contar as pessoas e outra coisa é fazer um modelo de como essas pessoas podem ser integradas”.
Por isso, o chefe de delegação da Renamo exige como pré-condição a aprovação do modelo e explica que o mesmo vai servir de guia para o processo de integração.
A provação do modelo é fundamental para a fase subsequente que está relacionada com a integração na Polícia, sistema de defesa de Moçambique e SISE (Serviços de Informação e Segurança do Estado). Sem isso não haverá avanços do ponto de vista seguinte do trabalho que diz respeito a integração”, disse.
Por isso, a Renamo propõe que as partes se reúnam na próxima quarta-feira para discutir apenas o modelo de enquadramento e integração.
Contudo, o chefe da delegação do Governo e ministro da agricultura, José Pacheco, diz que “a Renamo ficou de estudar a proposta que hoje entregamos sobre o modelo de integração”.
As partes discutiram também sobre o terceiro ponto da agenda relacionado com a despartidarização do Aparelho do Estado. Sobre o assunto a Renamo exigiu a extinção de um grupo designado por Grupo 40 (G40) que, alegadamente, tem vindo a defender a todo custo o Governo do dia na Televisão de Moçambique (TVM) e Rádio Moçambique (RM).



(AIM)

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