Tuesday 14 April 2015

Dhlakama diz que não falhará reformas agrárias nas províncias autónomas que propõe criar


Chimoio, Moçambique, 12 abr (Lusa) -- O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou hoje, ao ser questionado por académicos e líderes religiosos de Manica, no centro de Moçambique, que não vai fazer reformas agrárias falhadas nas províncias autónomas que o partido quer criar.Numa reunião de auscultação relacionada com subsídios de governação, Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, foi questionado sobre como pretende abordar a pobreza, a fome, o desemprego, falhas na Justiça, a industrialização e mecanização da agricultura, a proteção da floresta e da fauna bravia, além dos custos fiscais para atração de investimentos nas províncias autónomas, férteis em recursos.Com o projeto de lei que apresentou sobre estas novas províncias, a Renamo pretende governar em seis das 11 províncias moçambicanas, do Centro e do Norte, por ter ganhado em cinco nas eleições gerais do ano passado.
Dhlakama ameaça mesmo governar pela força nestas áreas, caso a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, chumbe a proposta no parlamento.
Na reunião de hoje, Ranger Mairosse, um líder religioso, indagou como pretende a Renamo combater as torturas de cidadãos pela polícia e a corrupção na Justiça: "Até quando os tribunais vão virar negócio para enriquecer magistrados?", questionou Ranger Mairosse, perguntando também se há um plano para acabar com o que classificou como os "bancos judiciais" e se a atual polícia vai servir nas províncias autónomas.
O académico Augusto Francisco quis saber se os jovens têm alguma esperança no que se refere ao desemprego nas províncias autónomas e se há um plano para criar empreendedorismo.
Por sua vez, o politólogo Edson Isaías apelou para que a Renamo não volte a desiludir a população e declarou que os anteriores recuos do partido, após tomar posições extremas face às anunciadas fraudes eleitorais, nos últimos quatro processos, terão reduzido o seu prestígio.
Em resposta às questões, Afonso Dhlakama voltou a pedir desculpas públicas por "ter permitido nas eleições passadas que fossem formados governos sem serem eleitos", assegurando que pretende governar com justiça e integridade para evitar um julgamento eleitoral.
O líder da Renamo referiu não ter sido ainda elaborado um programa de governação para cada província autónoma, mas assegurou que não vai fazer reformas agrárias falhadas -- como, exemplificou, a que aconteceu no Zimbabué, com a expropriação de terras aos fazendeiros brancos para entregá-las aos antigos combatentes negros.
O responsável apontou a necessidade de um plano para o sector agrário com subsídios a agricultores para incentivar a importação de maquinarias e, assim, ajudar a "matar a fome" e criar postos de trabalho. Pretende-se também apostar na exportação de cereais.
Por outro lado, prometeu uma política de habitação para funcionários públicos e a triplicação do salário mínimo de 3.000 meticais (78 euros), assegurando ainda que a polícia será obrigada a respeitar as normas das províncias autónomas, para assegurar justiça igual a todos.
A Assembleia da República deverá debater na sessão em curso, iniciada a 31 de março, o projeto de lei submetido pela Renamo defendendo a criação de seis províncias autárquicas, a serem governadas pelo movimento.
Caso o projeto seja aprovado, a Frelimo, declarada pelos órgãos eleitorais vencedora das eleições gerais, iria governar em apenas cinco dos 11 círculos eleitorais do país e manter a chefia do Estado moçambicano.


Lusa

1 comment:

Anonymous said...

Pedro
Os Sul-Africanos Têm razão.
O pais está a ser ocupado por muitos estrangeiro devido a falta de Hospitalidade nos paises de origem.
Hã mais de 40 anos que Moçambique é campo de Batalha.
O governo de Moçambique é o principal culpado, Exclusão social guerras é o que a Frelimo sabe, desenvolvimento social dos moçambicanos, nada.